sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Entrevista - Gastão Moreira

Quem conhece, sabe da importância desse cara nas músicas nacional e internacional. Foi com Gastão Moreira que muitos fãs de Metal e suas vertentes conheceram bandas do estilo, no saudoso “Fúria Metal”, apresentado por ele na extinta MTV. Ou mesmo no grande “Musikaos”, que também deixou saudade. No entanto, para a nossa sorte, o rapaz agora está na nova empreitada chamada “Heavy Lero” (http://www.youtube.com/heavylero1), um webprograma em que ele conversa com outro especialista no assunto, Bento Araujo. Pois o senhor Gastão gentilmente concedeu uma entrevista ao Som Extremo, que trabalhou em parceria com o grande amigo Rodolfo Carrega – ele mesmo, ex-vocal/baixo da Clawn. Aliás, nada disso teria sido possível se não fosse pelo cara, que caprichou nas perguntas elaboradas para Gastão.


Por que o “Musikaos” durou pouco?
Gastão Moreira: O Musikaos acabou porque fui morar em Florianópolis! Eu não achei que durou pouco. Foram três anos, 138 programas e mais de 400 bandas no palco.


Se você fosse o proprietário da MTV antes do início da crise, o que teria feito para mantê-la no ar?
Gastão Moreira: Eu jamais seria proprietário de um canal de TV, deve ser uma tremenda dor de cabeça (risos)


Qual o maior cuidado que você tem ao transmitir informações aos seus ouvintes/espectadores?
Gastão Moreira: Procuramos falar com naturalidade das bandas que mais gostamos. Nosso cuidado é em relação aos critérios de escolha das pautas.



Você acha que sua contribuição para a música pesada nacional tem o devido reconhecimento?
Gastão Moreira: Nunca me preocupei com isso. Enquanto estive no comando do “Fúria” e do “Musikaos”, procurei ajudar e divulgar o maior número de bandas bacanas que eu pude. É isso que interessa para mim.


Se tivesse carta branca, que projeto gostaria de criar (programa de televisão, de radio, festival de bandas etc)?
Gastão Moreira: Faria um programa que fosse um mix do “Musikaos” com o programa do Jools Holland.




Você se arrepende de algo em sua carreira?
Gastão Moreira: Procuro não pensar nisso!


Em um dos programas do “Fúria”, você colocou o CD do Deicide – “Serpents of the Light” - para rolar. E na ocasião, comentou sobre a temática anticristã, de que você não concordava com aquilo. Houve alguma repercussão da galera mais radical?
Gastão Moreira: Respeito a crença dos outros! Nunca apreciei letras com temas religiosos, seja para o bem ou para o mal. Não ligo para esse papo de deus e o diabo, acho meio redundante. Acho ridículo ver bandas disputando para ver qual é a mais malvada.


Você é muito respeitado pelo seu trabalho, sempre em prol do Rock e do Metal. Como se sente sendo um ídolo da velha guarda do Metal nacional, pelo seu trabalho, e não pela sua banda?
Gastão Moreira: Sou um privilegiado de trabalhar com aquilo que mais gosto na vida, música. Ainda tive a sorte de trabalhar na melhor fase da MTV e da TV Cultura, e dirigi o “Botinada”, um doc sobre o Punk nacional. A vida é generosa comigo. Minhas bandas Kratera e RIP Monsters não renderam sucesso, mas renderam baladas memoráveis e ótimas histórias.




No começo, o “Fúria Metal” era um programa bem underground e era exibido de madrugada. Depois de um tempo, passou para outros horários devido à audiência. Houve algum momento do programa que teve queda de audiência ou os bangers sempre foram fiéis ao programa até o seu final?
Gastão Moreira: Não sei de quedas porque nunca medi a audiência do “Fúria”, isso não era relevante. Trabalhei duro para trazer clipes, fazer entrevistas e realizar um programa mais legal.


Em suas entrevistas, você conversou com vários de seus ídolos. Teve algum que te tratou mal, que tenha te decepcionado? Se sim, quem foi e por que?
Gastão Moreira: A esmagadora maioria me tratou muito bem. A exceção foi o pessoal do The Cult. Me trataram mal durante a entrevista e acabaram com a banda na semana seguinte.


No You Tube, há um programa chamado “8 Minutos”, feito por Rafinha Bastos, onde ele faz um bate-papo descontraído e amigável. Seu programa “Heavy Lero” é excelente e o pessoal fica sempre na expectativa do próximo episódio. Mesmo sendo um programa de 10 minutos, você pretende ter convidados?
Gastão Moreira: Não nesse formato. Seria um desperdício levar convidados ao “Heavy Lero” porque o programa é muito conciso. Estamos criando um programa só de entrevistas.




Existe uma legião de órfãos do “Fúria Metal” e do “Musikaos”. Você tem planos ou proposta de algum trabalho parecido com os que já fez?
Gastão Moreira: O “Heavy Lero” é algo novo para mim, o “Fúria” e o “Musikaos” foram únicos, não gostaria de repetir fórmulas que usei no passado.


Hoje, que bandas anda escutando, tanto da velha, quanto da nova escola? O que recomenda aos fãs?

Gastão Moreira: Gosto de Ghost, Graveyard, Scorpion Child, Emperor, Samsara Blues Experiment e as ‘old school’ de Celtic Frost, Angel Witch e Trust .

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