segunda-feira, 22 de abril de 2013

Dynahead – Chordata I


Dynahead – Chordata I
Ms Metal Records/Voice Music – 2013 – Brasil


O dever (mesmo sendo um hobby) chama. Logo, não se pode amolecer o coração. Pois vamos lá, começando pela parte boa. A banda do Distrito Federal, que se autointitula Progressive Thrash Metal,  já encara seu terceiro ‘full length’. Parabéns pelo feito.
E esse material acaba de sair num digipack lindíssimo, daqueles que dá gosto de admirar a arte e o encarte. Isso porque, ao contrário do “tradicional” na música extrema, a capa (e toda a parte gráfica) sai do lugar comum – caveiras, sangue, cores escuras - e traz algo bem caprichado, colorido, muitíssimo bem desenvolvido. Sério, que coisa linda isso!
Outro primor: a qualidade da gravação. Uma beleza, cristalina, mas mantendo o peso necessário que as composições pedem.
Por fim, a técnica que os músicos esbanjam também é digna de elogios. Nota-se que investir na ousadia é, talvez a maior característica de “Chordata I”. E é aqui, nessa audácia, que o trem começa a desandar...
Talvez seja o excesso de ideias e experimentalismos que os integrantes quiseram registrar em um único CD, mas simplesmente não funcionou. A sonoridade vai de um extremo ao outro o tempo todo, de algo brutal para uma baladinha. Pense naqueles trechos empolgantes, porrada de rachar paredes, que o headbanger está pirando e, repentinamente (mesmo), tudo muda de figura, como se tivessem tirado o disco do aparelho e colocado outro romântico. É assim! Dá para imaginar a frustração? Ouça “Dawn Mirrored in Me”, por exemplo. Só isso.
Em determinados momentos das faixas – e são muitos -, o negócio parece deixar de ser Rock/Metal para se tornar uma... boy band! Exatamente, tem tanta coisa melodiosa e acústica aqui, que o negócio beira o insuportável. Uma sala indigesta demais. Os vocais limpos e depressivos são descartáveis.
Enfim, devido a tudo isso, o grupo vai para todos os lados e se desencontra. Não existe uma unicidade no trabalho. É um dos álbuns que, particularmente, mais constatei desperdício de talento.
Para quem quer conhecer um som ultra alternativo – tem até samba lá -, é só ir em frente.

Nota 5,0




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