sexta-feira, 29 de março de 2013

DVD Kataklysm – Iron Will: 20 Years Determinated


DVD Kataklysm – Iron Will: 20 Years Determinated
Nuclear Blast/Laser Company – 2012 - Canadá


Duas décadas de boa música são celebradas com justiça nesse material chique, lançado no Brasil pela Laser Company [info@lasermusic.com.br – (11) 2384-2060 ou (11) 2384-2063]. Trata-se de um DVD duplo e de um CD duplo. O conteúdo contido nos discos são um mega documentário (dividido em duas partes), uma apresentação ao vivo, o videoclipe da música inédita “Iron Will”, o áudio do show e uma compilação com as melhores músicas do grupo. Ufa!
Um slipcase bonitinho envolve as duas caixinhas de CD (os DVDs estão contidos em uma delas) e o encarte se abre num poster enorme, pra pindurar na parede mesmo! E exatamente pelo tamanho dele, mal cabe na caixinha. Dá dó de guardá-lo espremido.
Partamos para o documentário, de “apenas” cinco horas e meia (!!!!!): ele esmiúça a fundo (ano a ano) toda a carreira do grupo, que sempre procurou fazer trabalhos com identidade própria dentro do Death Metal.
São membros e ex-membros falando sobre cada álbum, seus contextos, histórias curiosas e bizarras, o relacionamento entre si e muitos outros assuntos. Claro que imagens raras e outras preciosidades não poderiam ficar de fora.
Bem legais também, lá no final, os depoimentos de músicos de outras bandas (ou ex-integrantes), e de pessoas ligadas à Kataklysm, parabenizando-a pelos vinte anos. Até a nossa Krisiun está no registro!
Dá gosto de acompanhar, mesmo sendo tão longo, para os que... dominam a língua inglesa. Porque NÃO HÁ LEGENDAS EM PORTUGUÊS! Como assim?????? Portanto, deve-se pensar nisso como um colossal treinamento da língua inglesa.
Quanto ao show, foi realizado na Alemanha, durante o Summer Breeze Open Air 2011, ano em que completou as duas décadas de existência. É tudo um arregaço, com excelentes atuações dos músicos. A imagem e o som maravilhosos não deixam nada a desejar.
Como destaques, “Determined (Vows of Vengeance)”,               “The Awakener” (matadora!), “Manipulator of Souls”, “Feeling the Neverworld”, “The Orb of Uncreation”, “Crippled and Broken” e a devastadora “As My World Burns” (que riffs!), além da clássica “Push the Venom”, que encerra o show.
O timbre de guitarra de Jean-François Dagenais é espantoso, pois, apesar da pegada melódica do quarteto, ele tem um peso quase inacreditável nos riffs mais agressivos – chequem as metrancas em “At the Edge of the World”, por exemplo. É um dos elementos que rouba a cena no palco.
Divertido o “Security Stress Pass” – citado no documentário inclusive -, em que o vocalista Maurizio Iacono comenta logo antes da música “As I Slither”: ele conta que se trata de uma brincadeira que está se tornando popular nas apresentações. É um momento em que a equipe de segurança do local (que, segundo ele, ganha bem para isso) deve ser testada pelos fãs, para ver se são competentes em contê-los. Tudo de maneira evidentemente saudável.
O “momento irritação” pode – e vai – ganhar aqui contornos (mais) pessoais deste redator: o baterista Max Duhamel, um exímio artista das baquetas, faz o que quiser com seu kit. Sério, o cara tem uma técnica incrível e uma velocidade ainda mais impressionante nos ‘blast beats’. Inclusive o vídeo tem espaço para um solo em que mostra sua inquestionável competência.
Bem, e com tanta qualidade (muita mesmo!!!), por que ele insiste, na maioria das vezes, em fazer as mencionadas ‘blast beats’ com o bumbo somente marcando o compasso? Fica um vazio gigante nas composições, perdendo parte de sua graça. Claro que quem ler isso vai responder mentalmente “porque ele quer assim e pronto, porra!”, então, apenas vale como um desabafo, como já dito, de caráter pessoal.
O segundo “momento irritação” está, por coincidência, na câmera que focaliza o baterista: além de o “profissional” do equipamento ficar mal posicionado, impedindo o telespectador de assistir a Duhamel atuando em toda a sua plenitude (ele aparece quase de costas), o “cameraman” utiliza aqueles recursos terríveis que supostamente fazem sucesso nos programas do Gugu Liberato, quando a imagem gira 360° bem rapidamente. Juvenil, hein?
Mas enfim, de maneira geral, a Kataklysm expões seus vinte anos de maneira impecável no palco. Aliás, uma sutil, porém boa sacada, foi colocarem no GC (legenda) o nome de cada música e do álbum (juntamente com a capa) da qual faz parte, assim como o ano da produção no show.
Depois de uma hora e quinze de boas canções, tem o clipe de “Iron Will”, composto por imagens do próprio documentário. É um ar de nostalgia gostoso de se apreciar. E faz valer muito o primeiro verso da letra – “Never Forget Where You Come From”.
O CD I, como já dito, é o registro em áudio da apresentação, enquanto o CD II é um bom apanhado da trajetória dos canadenses, com grandes clássicos, além da faixa inédita, que dá nome a todo o material. É uma boa canção, com as características clássicas da banda: melodias, mudanças de tempo e de clima, vocais ferozes e arranjos bem legais.
A falta de legenda em português no documentário pesa bastante (e compromete a nota final), mas os CDs e o show são só elogios. Obviamente que “Iron Will: 20 Years Determinated” é um atrativo fantástico, especialmente para fãs mais chegados nas músicas, e que não dão tanta bola para a história da banda.
Em entrevista recente à revista Roadie Crew, o guitarrista Jean-François Dagenais afirmou que iriam cessar as atividades e que só devem retornar em 2014. Pois bem, vejamos o que nos aguarda no próximo ano.

NOTA 8,0










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