sábado, 12 de maio de 2012

Entrevista - Leptospirose


Divertidos, carismáticos e criativos. Os integrantes da Leptospirose são assim. Mas não são só boa gente não: os caras são músicos empenhados em fazer muita música ruidosa de qualidade! Melhor nem perder tempo e ir direto para a entrevista do figuraça Quique Brown, vocalista/guitarrista do grupo. Completam a banda o baixista/backing vocal Velhote e o baterista Serginho. Vale lembrar que em 2011 soltaram o bem recebido CD “Aqua Mad Max no mercado.

Som Extremo: Por favor, conte-nos um breve histórico da banda. Como foram os primeiros anos?
Quique Brown: Começamos a Leptospirose em 2001, do mesmo jeito que começam a maioria das bandas, no maior estilo “amigos se juntam pra fazer um som sem compromisso”. Nos primeiros anos, a gente tocava pouco, tinha um repertório pequeno, mil ideias sobre como deveria ser o som da banda, misturava tudo, gravava demos em K7, depois em CD-R - e com o passar do tempo, as coisas foram tomando forma, a cabeça foi entrando no lugar e deu no que deu. ‘Tamo’ aí com 11 anos de idade, crianças ainda hehe.

Som Extremo: E sobre o mais recente trabalho – “Aqua Mad Max” – o que pode dizer?
Quique: Em termos técnicos, ele é o nosso 4º disco, foi gravado ao vivo (no rolo), mixado e masterizado no Estúdio DaTribo em São Paulo, produzido pelo Juninho e teve arte gráfica assinada pelo Daniel Ete. Foi lançado em CD por oito selos de todo o Brasil (Läjä, Balboa, Caveira da Força, Cauterized, Xaninho, Zuada, Criminal Attack e Pisces) e em vinil pela Läjä Records. O disco já tem cinco vídeos e esteve presente em várias listas de melhores de 2011 por aí. Dos cinco clipes, três foram feitos sem a gente pedir - e agradecemos pra caralho quem fez! Gosto muito das músicas, são Hardcore pra caralho, pequenas e cheias de partes. O Velhote compôs bem mais músicas nesse disco que, no “Invernada” e no “Mula Poney” juntos, isso trouxe uma coisa massa pro resultado final do disco. O Juninho toca em dezenas de bandas e conhece centenas de outras, tem um conhecimento de timbre muito brutal e não teve medo de se arriscar nos botões; Ciero é metaleiro pra caralho; Ete destruiu na arte e uma porrada de selo acreditou no disco. Pra mim, o resultado geral é muito campeão.

Som Extremo: Por que a opção de lançar um disco cheio com tão curta duração (cerca de dezesseis minutos)?
Quique: Prefiro pensar que é um disco de dezenove músicas - e a maioria dos discos que eu conheço tem menos sons que o nosso. A gente até poderia entrar numas de fazer trinta músicas e tal, mas não sei se vale a pena não.

Som Extremo: O estilo de vocês é até complicado de se definir. Passam pelo Rock, Punk, Hardcore, Grind e vários outros bastante surpreendentes. O que pode dizer sobre isso?
Quique: Basicamente, orgulha-nos muito saber que nosso som é complicado de se definir.

Som Extremo: Já uma característica da banda são as músicas meteóricas. Por que essa opção?
Quique: Velho, a maioria das músicas pop tem aquela forma clássica de introdução, base, refrão, base, solo, refrão etc. Nossos sons, se analisados friamente, também são assim, só que em proporções mínimas, em alta velocidade e sem solo. Nossa ideia é fazer o que deve ser feito e não ficar enchendo lingüiça. Dificilmente tocamos mais de quatro compassos seguidos e raramente repetimos uma música inteira duas vezes.

Som Extremo: Quanto às letras, muitas parecem não ter sentido, enquanto outras são perfeitamente compreensíveis e quase sempre bem humoradas. Como surgem as ideias?
Quique: As ideias surgem o tempo todo. Como não somos presos a nada, tudo serve de ideia: um cartaz no poste, uma coisa na TV, algo que ouço falar etc, tudo está sujeito a ganhar forma. Nos dois últimos discos, praticamente todos os instrumentais vieram antes das letras, que foram feitas sob demanda, num esquema onde boa parte delas tem um sentido, uma ideia. No “Aqua Mad Max”, creio que só “Eucalipto – Sal - Geladeira de Isopor - Surf” não quer dizer absolutamente nada, mas mesmo assim, é carregada de uma ideia digamos que “puramente estética”. O resto tem sentido, não está ali escancarado, mas está lá. Confesso que até fiquei meio preocupado com isso hehehe. 

Som Extremo: Vocês se tornaram uma banda bastante querida da cena. Por que vocês acham que conseguiram tanto carisma?
Quique: Velho, ultrapassamos a marca dos dez anos de banda, tocamos pra caralho por aí, lançamos uma boa quantidade de material, conhecemos uma galera doida e dividimos o palco com um monte de gente. Na minha opinião, a soma disso tudo é que fez com que a gente tenha se tornado “querido da cena”, “mais conhecido” etc.

Som Extremo: Assisti a um show de vocês em que Velhote teve problemas com o baixo. Ao invés de se irritar, ele levou na esportiva e começou a “cantar” as notas do instrumento no microfone, tornando o show ainda mais hilário. Que outras histórias bizarras/curiosas você pode contar?
Quique: História bizarra é o que não falta. Velhote é campeão mundial em destruir amplificadores, provavelmente, foi isso que rolou nesse dia. Acho que nada vence até hoje o episódio em que o cara da fronteira (Brasil x Paraguai x Argentina) perguntou pro Serginho “Para donde vás?” e o Serginho respondeu “Sergio Eduardo”.

Som Extremo: Em Bragança Paulista/SP, a terra da Leptospirose, existem outras bandas barulhentas?
Quique: Bragança vive um vai-e-vem muito doido de grupos de Rock pauleira. Atualmente, temos o Kollision, que é formado por uma juventude que estuda na nossa escola de música e toca um Metal monstruoso; o Retalho, que faz um Grind brutal; o A$ima, que tá mandando um Rapcore firmeza; o Zomber, que agita um Emocore e, se não me engano, para por aí. Fora do barulho-brutal, existem uns par de bandas de Indie Rock e de instrumental que fazem um som firmeza, e batelada de bandas cover.

Som Extremo: Valeu pela entrevista! Deixe seu último recado, por favor.
Quique: Valeu total o espaço, boa sorte pra caralho com seu blog – juventude é nóis - nos vemos por aí.

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