sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Entrevista - Human Noise Foundation


Fundação do ruído humano. A tradução livre do nome da banda já denuncia: vem chumbo grosso por aí, e do calibre mais grosso. A Human Noise Foundation (HNF) surgiu em 2010 e no ano seguinte, lançou sua demo de estreia, a violentíssima “Caverna” (ler resenha aqui). Agora, o grupo tem crescido nos porões do underground. O Som Extremo entrevistou o baterista Diego Klink (ex-Hutt, entre outras), que contou um pouco sobre a nova empreitada e sobre o primeiro registro. Completam a banda André Atibaia (guitarra – atual baixista do Hutt) e Tito (vocal). Que o barulho comece...

Som Extremo: A banda é relativamente nova e talvez ainda não muito conhecida do pessoal. Poderia por favor contar sobre a história da HNF?
Diego Klink: Eu e o André somos amigos de infância. Sempre tocamos em bandas diferentes, mas já rolava altos ensaios para tirar uns covers e curtir umas brejas. Um dia eu virei e falei:  ‘velho, precisamos montar uma banda com a nossa cara, simples e agressiva’. Ele topou na hora, começamos a fazer as músicas e já pensamos: ‘tem que ser o Tito, amigo de infância do André e vocal do Sujeito a Lixo’. Convidamos e ele aceitou de cara!!!

Som Extremo: Hoje, o grupo é encarado como um projeto ou como uma banda “de verdade”?
D. Klink: A banda é um projeto, mas já está começando a ser encarada como uma banda de verdade. Gravamos e ensaiamos sem compromisso, porém, quem está escutando está curtindo e portanto, a coisa está ficando mais séria.

Som Extremo: A demo de estreia, “Caverna”, é absurdamente violenta. Embora seja uma pergunta bastante manjada, aí vai: quais as bandas que os inspiraram em tanta porradaria? Por acaso vocês tinham como objetivo superá-las no quesito extremismo (risos)?
D. Klink: Curtimos muita coisa, mas as referências seriam Hate Plow, Meshuggah, R.D.P., Cannibal Corpse, Discarga Violenta, Slayer, Napalm Death, Magrudergrind etc. Não tínhamos e nem temos esse objetivo, até porque a coisa iria ficar complicada, né (risos)?

Som Extremo: A qualidade da gravação remete bastante à da Nile mais antiga, como foi citado na resenha do trabalho. Foi proposital? A Nile era uma das referências sonoras quando estavam no Da Tribo Studio?
D. Klink: Cara, na verdade não, entramos sem nenhuma referência de gravação, apenas queríamos gravar da forma mais simples e agressiva possível. O Trek (N.R.: que tarbalha no Da Tribo) deixou a batera pronta, com timbre fodido, e meu irmão Alessandro ajudou o André a achar um timbre forte para a guitarra. Ficou pesadão, gostamos do resultado.

Som Extremo: E falando no Da Tribo, uma infinidade de bandas extremas gravam lá. Na sua opinião, o que os distingue das demais nesse aspecto?
D. Klink: O Da Tribo é a casa da música extrema. O que difere dos demais estúdios são os caras - Trek e Tio Ciero - que entendem o que a banda está disposta a fazer e trabalham para isso. Fora as risadas, os caras trampam demais.

Som Extremo: À exceção da faixa “Ser Humano Valvulado”, todas as outras composições de “Caverna” são meteóricas, com menos de um minuto de duração. Por que essa escolha? Foi algo natural na hora de compor? Vocês pensam em criar músicas mais longas em algum momento?
D. Klink: Foi natural, as músicas saíram do jeito que queríamos. Nos próximos, creio que vai rolar algumas mais longas também.

Som Extremo: E a faixa “Caverna I”, por que tem esse nome? Já estão pensando em uma “Caverna II”? Vocês se antecipam, nesse sentido, na criação de novas canções?
D. Klink: “Caverna” foi o titulo do EP e a música intro. Não sei se vai rolar outra com o mesmo nome... às vezes, a gente pira de novo.

Som Extremo: Vocês irão gravar em breve novos sons para um split, correto? Poderia adiantar mais informações sobre o assunto?
D. Klink: Sim, iremos gravar mais dez músicas para um split com a banda Cruscifire, parceiros de Atibaia. Já temos seis músicas prontas. O que posso adiantar é que estão ficando grotescas, Grind, Death, Hardcore, tudo misturado. Destaco as novas letras do Tito, que estão avassaladoras. Queremos iniciar as gravações em maio.

Som Extremo: Além disso, já existem outros planos futuros para a HNF? Outras gravações? Clipes?
D. Klink: A ideia é gravarmos um ‘full length’ no final do ano ou ano que vem.

Som Extremo: Mudando um pouco de assunto, essa é específica para você: por que saiu da Hutt? Aparentemente vocês mantêm um bom relacionamento, correto?
D. Klink: Saí porque rolou um desgaste normal, a banda estava em uma sintonia e eu em outra, então achei melhor sair. Acabou rolando que o Marcelinho estava de novo na ativa e voltou para a banda. Sem ressentimentos, saí tranquilo, sem tretas, foi bom para todos.
Som Extremo: Aliás, assim como a Hutt (antes), vocês também não contam com um baixista. De fato, em minha humilde opinião, ele não fez falta na demo. Entretanto, vocês pretendem manter o grupo sem as quatro cordas ou estão à procura de um músico? Aliás, por que a opção de não ter baixo?
D. Klink: Na demo “Caverna” o André mesmo gravou o baixo. Quando montamos a banda, eu tinha em mente um baixista, o Luiz (Circus Satanae), mas acabou não rolando e continuamos o projeto. Talvez nos shows, alguém toque baixo, ou meu irmão ou o Luiz, veremos!!!!!

Som Extremo: O blog Som Extremo agradece a entrevista, Diego. Você está no paredão. Quais suas últimas declarações (risos)?
D. Klink: Gostaria de agradecer o Som Extremo pelo apoio, Luiz por ter feito o nosso site, Fábio (Sistema Sangria), Hutt, Sujeito a Lixo, Da Tribo, William, Facada, Alessandro e todos que nos ajudaram de forma direta ou indireta. Contatos: andreatibaia@hotmail.com ou diego_klink@hotmail.com. Valeu.

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