quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Bruto – Mundo Destruído

Bruto – Mundo Destruído
Alvo – 2011 - Brasil

O nome do quinteto, oriundo do Distrito Federal, já diz tudo. O som desses caras é realmente bruto. As composições têm arranjos bacanas, misturando de forma competente o Thrash e o Death Metal.
A primeira coisa que atém o ouvinte é o timbre de guitarra, ultrapesado e excepcional! E ainda sobre o instrumento, os solos são poucos, mas quando aparecem, são executados de maneira empolgante, perfeitamente encaixados na estrutura das músicas. Portanto, é inegável que as seis cordas, gravadas, no caso, por Fabio “Marreco” Cota (exceto “Brutality”), são os pontos altos de “Mundo Destruído”. Elas realmente dão o tom da pancadaria.
Quanto às canções, são em sua maioria velozes, mas com inúmeras variações rítmicas. A terceira faixa – “Igreja” – tem um riff inicial matador. Cada palhetada é um corte na pele. Depois, fica desesperadora e altamente veloz, certamente a mais porrada do disco. É incrível como um sentimento de adrenalina domina o corpo e faz com que o ouvinte tenha vontade de bater cabeça até quebrar o pescoço.
Legal também a opção por cantarem em português. As letras “abordam questões sociais, políticas e anti-religião e toda desgraça do mundo cão”, de acordo com a biografia do grupo no Myspace. Duas delas se destacam: a faixa-título (com clipe disponibilizado logo abaixo), que tenta conscientizar as pessoas sobre a destruição do planeta, e “Cidade Adormecida”, que fala do pessoal que só quer encher a cara e brigar.
O vocal é até interessante, gritado e meio rouco. Talvez um pouco mais de pegada e força na voz deixaria o material com ainda mais ‘punch’. O pecado mesmo (mas nem é tão grave assim) fica por conta da bateria, cuja gravação não está muito legal. A caixa, por exemplo, está com uma timbragem meio esquisita e extremamente seca. Mas que não reste dúvidas sobre o poderio de Salvio Américo, o herói por trás das baquetas.
Já a capa e o encarte são bem feitos (de verdade!) e divertidos. Afinal, não é sempre que vemos um trator gigantesco, cujo motorista lembra fisicamente o revoltado Wolverine, devastando uma cidade. E a foto da banda conta com uma plástica bem interessante.
E o investimento da Bruto foi além: no CD, há também uma música bônus – a mencionada “Brutality” – além do clipe da já citada faixa-título. Boa!
Pegando no âmbito geral, portanto, a gravação está apenas razoável, mas todas as qualidades acima expostas geram um saldo positivo para a banda.
A Bruto não sai muito do óbvio, mas no que se propõe a fazer, é muito boa. Alegrem-se, fãs de música extrema: mais uma banda nacional que merece ser conferida.

NOTA 8,0

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