sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Clawn – Deathless Beauty of the Silence

Clawn – Deathless Beauty of the Silence
Black Hole Productions – 2006 – Brasil

Na época desse lançamento (que ainda está à venda, tanto diretamente com os integrantes, quanto na própria Black Hole Productions - http://www.blackholeprods.com/), a Clawn já chamou muito a atenção pelo som duríssimo, calcado no brutal Death Metal. Não faz tanto tempo assim, é verdade, mas o número de bandas extremas na época crescia de maneira espantosa. Em cada esquina, brotava um grupo barulhento. Só que esse trio, de Botucatu/SP, se destacou na cena e fez de “Deathless Beauty of the Silence” um álbum ‘cult’ no nosso underground.
Esse grande trabalho já abre com a música mais conhecida do conjunto (até o momento) – “Sexual Religious Dementia” (ver clipe no final). Mas a violência desenfreada de “Endless Suffering”, “Suffocated” (ótima, com riffs à la Cannibal Corpse dos tempos do “The Bleeding”), “Slavery Mental State” (pig vocal maravilhoso) e a que fecha o CD – “Last Clear Sight” (com palhetadas que parecem marteladas) – mostra que o brutal Death está no sangue e nos ossos dos membros da banda. É bom lembrar que durante todo o disco, perfazem um caminho recheado de violência, quase não dando um tempo para respiro.
Outro fato que despertou curiosidade foi o fato de a baterista ser uma mulher. Sim, Melissa Maitan (que não está mais no grupo) espanca seu kit com uma técnica fantástica, sendo bastante veloz e mudando o andamento das composições com facilidade.
Já Fabio Regina e Rodolfo Carrega continuam firmes até hoje na Clawn. Aliás, esse é um ótimo diferencial para a banda: eles se dividem entre vocais guturais e rasgados, muitíssimo bem cantados. Quando os berros saem dobrados, é uma aniquilação!
A produção, no geral, é boa, principalmente se contarmos que o trabalho foi feito “em partes”, com diferentes sessões de gravação entre 2002, 2003 e 2004. Portanto, a qualidade das gravações varia perceptivelmente, mas nenhuma de fato compromete.
Agora, a capa é um espetáculo à parte. Ela passa um clima denso e ao mesmo tempo delicado. A interessante notar o contraponto entre a imagem angelical da figura sentada e os inúmeros crânios depositados em seus pés.
Com esse álbum de estreia, a Clawn garantiu sua vaga no underground. O que posso dizer é que “Deathless Beauty of the Silence” foi só o começo...

NOTA 8,8



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